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Entre uma e outra vida, entre a realidade e a ficção, entre ser ou não ser. A melhor escolha é viver o que há de mais real: a imaginação.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Em outros tempos...



Eu devolveria a sua falta de consideração com uma rejeição. Eu me vingaria. Mas mudei de opinião, e não sei como.
Hã? Erro meu. Muitas coisas não têm explicação, mas justificativas, sim.
E apenas isso explica o momento: Eu tenho Deus no coração. Pois é, nesse lugarzinho, ele entrou antes de qualquer outra pessoa. O seu espírito me fez o bem quando eu ainda nem abrira os olhinhos para o mundo. Deus uniu os meus pais e me concedeu o prazer de viver.
E se ele me colocou nessa, ele vai me ajudar nessa. Basta eu aceitar, e eu aceito.
Aceitei seguir os seus ensinamentos: perdoar, respeitar e amar. Pra mim, a Lei do Talião ficou estacionada há muito tempo.
Aquele que se acha superior, cai quando chega ao topo. Aquele que evita o diálogo, perderá o direito de resposta quando mais precisar. Parece justo, parece injusto. Entre uma e outra coisa, é consequência, apenas.
Então, por que não afogar-se na sua dignidade ao invés de reduzir o seu mundo à atitudes pequenas de quem não se importa com os sentimentos alheios? Não sei se entendeu como um conselho ou uma crítica, sei que é isso o que eu acredito. E é isso o que eu faço.
E se eu precisar chorar, que eu chore. Se for preciso desespero, que venha. Se cair, levanto. Mas, se estiver desanimando... Não, isso eu não aceito.
Eu mudei. Tenho atitudes que jamais imaginei que pudesse me atrair. Eu melhorei alguns dos meus pensamentos, eu não tomei atitudes precipitadas. Logo eu que, quase nunca, penso antes de falar.
Todo mundo erra. Já errei muito, e ainda vou errar. Vale a pena falar, ousar, gritar e viver. Mas vale muito mais, na maioria das vezes, parar um pouco e pensar no amanhã, pensar nas pessoas ao seu redor.
Você conservará a sua vida. E assim, vai ter mais tempo para cair, superar, amar...
Errar. E mudar.
                                                         
                                                                                                                Raíssa Almeida

domingo, 17 de abril de 2011

O que diz a carinha de um anjo...

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O rosto de alguém tem muito a dizer, os olhos é que não podem ver.  E pra quê tentar entender, se no fundo do fundo, nada tem explicação?! Pra quê entender os enigmas da adolescência ou os problemas dos adultos se tudo depende, na verdade, da infância?!
Esse “curto” intervalo de tempo explica nossos medos, nossas metas, nossas frustrações, nossos sentimentos futuros e nossos sonhos por toda a vida. A sua infância sabe mais sobre você do que você sabe, a sua infância está nos seus olhos – e esses não enxergam nada além disso. A sua infância é você. Você sempre será aquela criança.

Então, nada mais justo que iniciar com o “início de tudo” e, no fim, entender que tudo volta para o princípio.

Muito pequena e já atraída por aquele universo imenso: a água.
Naquela lagoa, todas as manhãs por mais ou menos um ano, papai me ensinara a nadar, e repetia: vai aprender a enfrentar os desafios desde cedo, tintinha.
Não necessariamente na água, mas usei os ensinamentos do meu pai de todas as maneiras possíveis e imagináveis – e muito além disso.
Corria com os primos no sítio da vovó. As pernas me traíam, eu caía. A mão frágil e pequena tirava os grãos de areia grudados no sangue do pequeno ferimento do joelho. Esses ferimentos deixariam marcas que o tempo jamais apagaria. Marcas importantes, inesquecíveis – essas, sim, eu faço questão de lembrar.
Lembro da minha mãe... Ela me preparava para os meus primeiros anos na escola. Inicialmente, ela vestia a camisa, depois a saia e, por último, a calcinha. Colocava as meias, calçava meu tênis. Pronto? Não. Faltava o cabelo. Mas minha mãe não o enfeitava com tiaras, fitinhas coloridas, laços ou “maria-chiquinha”. Na verdade, ela nem penteava meu cabelo. Eu saía correndo para junto da minha madrinha e ela penteava o meu cabelo com muito carinho, todas as manhãs. Não por preguiça da minha mãe, nem por birra minha. Era por vontade e prazer de madrinha, e eu adorava.

Na escolinha, no parquinho, no meio da rua.
No sorriso ao ganhar o presente do papai Noel.
Na alegria de receber a primeira bicicleta e conseguir dar as primeiras pedaladas.
No risinho disfarçado ao sofrer um tombo.
No choro pela falta de mimo.
Na inocência da criança ao lado dos irmãos.
Nas travessuras de menina.
Nas férias com os primos.
No aconchego do lar.
Nas festas surpresa de aniversário.
Nas brincadeiras com as amigas.
No esconde-esconde, no pega-pega, no gato mia.

Talvez mais rosa que a casinha da Barbie, esta é a carinha de um anjo.
Está escrito no sorriso de uma criança. No abraço com cheiro de esperança. No sorriso com sabor de felicidade.
Feito uma criança eu caminho. De um anjo precisarei.

 
Raíssa Almeida  (Na lembrança dessa época - entendendo "o agora")